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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Como em outros Estados, Policias Militares da Bahia começam a articular uma grande mobilização. Acompanhe tudo aqui.

 
Colocando as Cartas na Mesa

Este artigo tem como objetivo colocar as cartas na mesa e fazer entender o quão difícil e complexo é organizar e por em prática uma mobilização de grande porte. A idéia dele não é ser uma verdade absoluta, muito pelo contrário, é abrir um canal de discussão a respeito e propor idéias para a realização do intento.

Há três grandes desafios a serem transpostos em uma mobilização de categoria:

1) Comunicação

2) Sustentação

3) Lideranças

Comunicação:

De que forma a categoria ficará sabendo das assembléias e do andamento do movimento, estabelecendo canais confiáveis de comunicação entre a tropa e seus possíveis líderes?

Quais os recursos ou ferramentas que poderão ser usados para fazer a “mídia” do movimento? Como será feito o marketing interno (Motivacional na categoria) e externo (Simpatia da sociedade)?

Como convencer da importância das mobilizações uma categoria que em sua grande parte é apática, apolítica e conservadora?

Como produzir material e/ou argumentos motivacionais a uma tropa que recentemente (2009) foi lesada em sua vontade?

Como “driblar” a possível reação negativa da mídia ao movimento?

Sustentação:

Como será facilitado o translado dos integrantes de uma categoria tão grande e espalhada por todo estado para participar das assembléias e/ou reuniões decisórias?

Como angariar recursos, além dos poucos dispostos, para produzir material gráfico e midiático do movimento?

Como amparar juridicamente todos os pontos do movimento (ou os principais), com acompanhamento presencial de advogados e um plantão jurídico a disposição?

Como assegurar espaços para as assembléias, haja vista o quantitativo de pessoas agrupadas em um mesmo local?

Lideranças:

Este tópico, apesar de ser o último, é o mais delicado e merece mais atenção até do que os outros:

Temos uma associação apenas disposta a um movimento. Esta associação possui recursos suficientes pra ser base de sustentação para este mesmo movimento?

Após o MPL de 2009, a maioria de nossas lideranças está em descrédito. Porém, é importante salientar que sem uma união de forças e lideranças é praticamente impossível levar o movimento a um termo. Uma das poucas lideranças que nos restou, apesar de ser reconhecida por uma boa parte da tropa por outra é vista como radical e irresponsável. Prova desta visão foi que o mesmo não conseguiu ser eleito no último pleito. Muito há que se desmistificar em nossa categoria a respeito deste líder já consagrado em outros estados.

Dar margem a um movimento, sem a adesão massificada da categoria, pode significar o desgaste da única associação e desta única liderança que nos restou e que estão se predispondo a mobilização. Tornando-se um risco de se perder o referencial de liderança que temos e que já está desgastado pelas diversas manifestações infrutíferas.

A associação que detém hoje o maior potencial financeiro para dar base de sustentação a uma mobilização de grande porte está em total descrédito em boa fatia da tropa e colocá-la a frente das negociações de um movimento é fazer com que a maior parte, disposta a se mobilizar e de fato politizada, recue, por ter um “pé atrás” com a mesma.

A associação, aliás, é a única que modificou seus quadros desde 2009, que poderia servir como apoio moral e dar um respaldo maior a mobilização possivelmente não estará disposta a se mobilizar, pois além de também ter perdido crédito em 2009 (e associados) está tendo sinalização de que o quadro de promoções será desengarrafado, seu maior pleito neste momento. Portanto se mantém mais calada do que nunca.

Ou seja, estamos passando por uma crise de lideranças, quer alguns queiram enxergar ou não.

Por um lado a liderança com maior respaldo financeiro está em total descrédito pela maioria, como representante de fato e de direito; e o que é pior: dorme em berço esplêndido, sem nada fazer ou manifestar.

Por outro a liderança com maior respaldo de apoio moral à tropa não tem interesse nesta mobilização por dever considerar o momento inoportuno. Apesar de que, talvez não enxergue as beneficies advindas deste mesmo movimento.

E, finalmente, mas não menos importante, a única liderança disposta e com experiência de sobra em mobilizações, é vista por uma parte da tropa como radical e irresponsável.

Eis as questões apresentadas sem nenhuma espécie de maquiagem, podem até não corresponder a verdade absoluta, afinal como no inicio do artigo dissemos: não temos a pretensão de que seja. Mas avaliem e reflitam.

Cremos que um grande passo para a mudança atual de nossa situação é fortalecer a associação disposta a se mobilizar e a imagem desta liderança, desmistificando sua imagem junto aos companheiros e trazendo a baila debates que possam enriquecer a politização e posicionamento da categoria, construindo uma postura mais “antenada” e menos “alienada”.

A idéia é sairmos deste “limbo” que nos encontramos e partirmos para atitudes e posturas práticas que venham a contribuir no processo de mobilização.

De maneira alguma este artigo tem como objetivo desmotivar a categoria a uma possível mobilização, mas sim que acordemos para a realidade prática dos fatos para que em um futuro próximo possamos comemorar, juntos, as beneficies de um movimento bem sucedido ao invés de, como em 2009, ficarmos a caça dos culpados dos nossos próprios erros.

Cada um de nós é importante neste processo de politização e de mudança de postura, trazendo idéias, sugestões, provocando, através de solicitações presenciais, suas respectivas associações para que se “mexam”, afinal este é o papel primordial delas: representar os vossos anseios. E se isso porventura não acontecer desfilie-se, procure outra que possa representar melhor suas necessidades.

As cartas estão na mesa. Precisamos de sua opinião. Mais que isso, precisamos de sua atitude.
* Os comentários abusivos, ofensivos e/ou desmotivadores serão moderados e sujeitos a não publicação.

Fonte: mplbahia

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