Acho muito interessante quando o tema é Movimento Policia Legal de 2009 e muitos alegam o seguinte argumento: “O movimento foi vendido!”, “Fomos Traídos!”, “Eles são os culpados!”, dentre outras afirmações que, no mínimo, não condizem com a total realidade dos fatos.
A análise que proponho é até simplista, porém acredito que poucos terão a humildade de reconhecer. Em uma situação simples e por analogia, suponhamos que você diga a alguém: “Eu vou à praia hoje”, e este alguém, a revelia do fato, diga a outro: “Ele me disse que iria ao cinema”. A prova que esta pessoa estaria mentindo ou falando coisas alheias a sua vontade seria outras pessoas lhe verem na praia não é mesmo?
Pois é. Eis a questão. Quando alguns representantes do Movimento Policia Legal de 2009, é bom reforçar que não foram todos, foram a TV informar a população que o movimento acabou, o que a tropa tratou de fazer? Voltou a trabalhar normalmente, não toda, mas sua grande maioria, principalmente na Capital, confirmando a afirmação dos mesmos. Agora pensemos com nossos botões: e se a tropa não retornasse o que aconteceria? Simples, estes mesmos representantes se veriam desmoralizados. Perante a tropa, a imprensa, o governo e, principalmente, a sociedade.
Devemos nos lembrar que movimentos requerem líderes, mas, acima de tudo, líderes que nos representem, representem nossas vontades e anseios. Um líder, antes de ser um líder é um representante. Se ele não cumpre este papel tem que ser imediatamente afastado do movimento seja através de assembléia, seja através da desmoralização pública mesmo. Com certeza surgirão no processo outros líderes que atendam melhor os anseios da categoria. Mas o que falou mais alto em 2009? O medo, a intimidação, a necessidade de por a responsabilidade em cima de um grupo ou de uma pessoa.
Acredito que o movimento de 2009 não deva ser lembrado como um marco de que nada mais funcionará, e sim, um exemplo de como não proceder em uma mobilização. A pauta e seus itens devem ser bastante discutidos e reforçados antes e durante o movimento para que a categoria permaneça coesa, sem desvios de foco ou objetivo. Desta forma o governo sentirá que a tropa esta firme naquele propósito e que meras pantomimas da mídia não serão suficientes para pôr fim ao movimento.
Se a tropa se “aventurar” a um novo movimento deverá ter consciência disso: a responsabilidade não é apenas do líder ou do representante, é de cada um participante do processo. Não há por que temer traições ou líderes vendidos se todos estiverem coesos em um só objetivo e, principalmente, assumir sua cota de responsabilidade pelo movimento.
Então vamos adiante, firmes em um propósito, debatamos a pauta, mas cheguemos a um consenso e se chegarmos a deflagrar um movimento, o faremos conscientes de nossos papéis e de nossos objetivos. Assim, no final, não teremos líderes vencedores ou derrotados, vendidos ou traidores, teremos toda uma categoria vitoriosa.
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terça-feira, 30 de agosto de 2011
Opinião da Tropa: Análise Crítica do MPL em 2009
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