A Santa Casa de Misericórdia do Pará informou hoje que é estável a situação dos irmãos siameses que nasceram no dia 19 passado em Anajás, no arquipélago do Marajó, norte do Estado. O boletim médico revela que Jesus e Emanoel recebem alimentação por intermédio de uma sonda e apresentam melhora do desconforto respiratório. Jesus respira normalmente, mas Emanoel ainda necessita da máscara de oxigênio. Não há previsão de alta. Os médicos descartam a possibilidade de cirurgia.
Segundo a diretora assistencial da Santa Casa, Neila Dahas, os bebês seriam gêmeos idênticos, mas acabaram nascendo colados, por causa do atraso na divisão celular, que só aconteceu após o 13º dia de fecundação, ocasionando a anomalia. "É importante entender que são duas crianças e não uma criança com duas cabeças. Elas já foram submetidas a uma bateria de exames, que constatou que ambas têm cérebros distintos e duas colunas, mas dividem os outros órgãos", declarou a médica.
A mãe das crianças, Maria de Nazaré, de 23 anos, tem recebido a visita de parentes e de pessoas desconhecidas que se interessaram pelo caso dos bebês. Ela, que tem outros três filhos, mora na localidade conhecida por Timbó. Embora tivesse feito o pré-natal, foi no exame de ultrassonografia, realizado na hora do parto, no hospital municipal de Anajás, que ela soube que seria mãe de duas crianças, e não apenas uma, como acreditava.
"Só Deus pode dizer o que vai acontecer daqui pra frente", disse a jovem. Para Neila Dahas, ainda não é possível saber como será o desenvolvimento desses bebês e nem como a saúde de um afeta a do outro. "É impossível tomar qualquer decisão com relação a uma cirurgia, tanto por aspectos físicos quanto éticos. No momento estamos nos preocupando em fazer todos os exames e assistir essas crianças", resumiu.
Estadão
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