No entanto, o governo propôs que fosse incorporada a gratificação de R$ 435 recebida pelos policiais do turno do dia e aos PMs do turno da noite seria complementado em forma de gratificação. A proposta não foi aceita. "A gente pede 80% a 100% e o governo apresenta reajuste de 23% e só para este ano e acabou. Não teria nem em 2013 nem em 2014, apenas o índice da inflação", afirma.
O presidente da associação explica que ao ser incorporada ao salário, a gratificação não seria retirada caso o policial adoeça, quando vai para a reserva, ou mesmo na pensão da família em caso de morte. "Para os outros anos, nós entendemos que qualquer empresa se prepara para pagar quando há um parcelamento", disse. Ainda de acordo com Sabino, o governador teria aceitado conceder anistia aos policiais que participam da paralisação.
Entenda o caso
No dia 29 de dezembro parte dos policiais militares e bombeiros do Ceará decidiram paralisar as atividades até se reunirem com o governador do estado, Cid Gomes, para ouvir as reivindicações da categoria. Desde o início da paralisação, os funcionários se encontram acampados no 6º Batalhão da Polícia Militar.
Os policiais usaram carros da companhia para bloquear a rua que dá acesso ao Batalhão e esvaziaram os pneus dos veículos. No Batalhão também estão filhos e mulheres dos servidores. De acordo com o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar, Flávio Sabino, estão acampados no local cerca 800 policiais e 400 familiares. Ainda conforme Sabino, as crianças estão instaladas em conforto e eles estão se alimentando de doações de vizinhos e amigos.
Os policiais e bombeiros reivindicam reajuste salarial de 80% em quatro anos, sendo aumento de 20% em cada ano. Eles também pedem promoções e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Atualmente, de acordo com o coronel da PM Fernando Albano, os PMs do Ceará trabalham em média 46 horas semanais.
Os policiais paralisados pedem ainda anistia pela participação em ato de protesto no dia 17 de dezembro, quando servidores protestaram durante uma visita de Cid Gomes a obras do Metrofor, o metrô de Fortaleza.
Por conta da paralisação dos PMs, cerca 10.000 segundo Flávio Sabino, o governo do estado decretou situação de emergência e convocou homens das Forças Armadas e Força Nacional de Segurança Pública, autorizada pela presidente Dilma Rousseff em edição extra do Diário Oficial da União de 31 de dezembro.
Na segunda-feira (2), a Justiça decretou retorno imediato dos policiais e bombeiros ao trabalho. Em caso de descumprimento da determinação, cada policial está sujeito a multa diária de R$ 500, e as associações devem pagar multa de R$ 15.000. Apesar da decisão, os PMs seguem paralisados, acampados no 6º Batalhão.
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