Esta semana vi vinculado em vários meios de comunicação o discurso feito pela senhora Daniela Mercury acerca das mazelas sociais desse país, bem como, sua critica a Policia Militar da Bahia, e posso afirmar que em toda minha humilde vida nunca presenciei palavras tão hipócritas e vazias. Querer falar em igualdade social em um carnaval que se tornou um verdadeiro apartheid social é no mínimo um contra senso, basta observar a estrutura montada no circuito carnavalesco para perceber que tudo ali sugeri um divisão.
Para começar, vamos falar da pipoca, onde um amontoado de gente se diverte aos empurrões, já que o espaço delimitado para estes é o menor possível, e quem ousar invadir o espaço alheio vai sofre as consequências, pois, as cordas e os cordeiros dos blocos estão lá para demarcar ate onde eles podem ir. Logo depois vem os blocos, que tem dentro dessa divisão, os humildes, os intermediários e outros totalmente impermeáveis para as camadas mais inferiores da sociedade, já que estes custam cifras totalmente fora da realidade dos simples mortais . Por fim os camarotes, que tem em sua divisão uma característica bem parecida com a dos blocos, tendo os mais simples ate os mais caros, as babilônias flutuantes da avenida, com é o caso do Camarote Casa da Daniela Mercury, onde só que tem o privilégio de ter acesso a preço de ouro a mais alta burguesia, e não falo a burguesia baiana, falo a nata nacional, tirando os globais, os políticos e outras altas personalidades, porque esses não pagam, são convidados.
Em seu discurso ela fala em ética, democracia e respeito. Não entendo que democracia é essa, onde uns tem tanto e outros quase nada, não entendo que ética é essa onde uma mulher que não sabe nada de segurança pública emite sua opinião frente a milhares de pessoas, desqualificando profissionais que nada mais querem a não ser um salario digno para poderem dar uma vida melhor seus familiares. E o respeito? Porque a senhora Daniela não cobrou respeito ao Governo do Estado que em seus atos de prepotência e arrogância deixou a situação se agravar tanto? Porque não cobrou dos governos mais investimento na segurança, na saúde, na educação? Vocês podem ate me chamar de ignorante, mais tenho saudade daqueles tempos em que nossos atores, músicos, artistas emitiam opiniões sensatas e verdadeiras em prol dos mais necessitados, dos trabalhadores, da sociedade suas vozes sempre ecoavam a favor do justo. Hoje o que observamos são marionetes a serviço de determinadas redes de comunicação e de algum governo, pois o que se percebe é a total dependência desse profissionais as essas entidades. Temos que ter consciência de que a luta por uma democracia verdadeira nasce nos seios da massa, do povo, dos cidadãos.
Estamos cansados de ouvir pessoas que não tem nenhuma qualificação para falar de determinados assuntos, e só por que são pessoas publicas acham que podem emitir juízos de valores sem se preocupar com a repercussão. Chega de alienação, precisamos começar a pensar, sem a interferência dos meios de comunicação ou dos seus fantoches, precisamos começar a construir nosso próprio caminho, nossa própria história, pois só assim conseguiremos no futuro dias melhores.
José Adriano Nascimento - Graduado em Filosofia pela UESC, aluno de Direito na Faculdade de Ilhéus e Policial Civil do Estado da Bahia.
Fonte: r2cpress
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