Em Salvador, todos os dias, uma criança - ou adolescente - é estuprada. De acordo com a Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), foram exatos 234 casos em 234 dias, de 1º de janeiro até esta terça (21). Dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República colocam a Bahia em primeiro lugar no ranking nacional de denúncias de abusos, com 1.980 casos registrados de janeiro a junho deste ano. Em Salvador, o caso mais recente aconteceu em Cajazeiras VII, na noite de terça-feira.
No final de semana, policiais prenderam Moisés da Cruz Pinto, acusado de abusar sexualmente de pelo menos seis garotos entre 12 e 17 anos. Ele se apresentava para os pais das vítimas como o responsável por um projeto apoiado pelo Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), que ajudaria a tirar os garotos de situações de risco social. Em seguida, marcava encontro com os garotos em imóveis alugados e sedava as vítimas para, depois, abusá-las.
A Bahia lidera o ranking de denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. Até junho deste ano, o Disque 100, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), recebeu 1.980 denúncias do estado - 12% do total do país (16.080). Atrás da Bahia vem São Paulo (1.607 denúncias) e Rio de Janeiro (1.578).
O segundo estado do Nordeste, o Maranhão, aparece na quinta colocação nacional, com menos da metade dos casos da Bahia (882). Segundo dados do Ministério Público, as agressões que partem de desconhecidos constituem a maioria dos casos (31%), seguidas pelos abusos de pais (16%) e padrastos (14%). Na avaliação da secretaria, a estatística é piorada pelo baixo número de inquéritos instaurados. Na Bahia, a única delegacia especializada é a Dercca. Com informações do Correio*.
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