Comando Vermelho já havia dado proteção no Rio a fugitivos do PCC
A ROTA NA RUA - Na favela São Remo, em São Paulo, policiais buscam bandidos que mataram um PM da tropa de elite (Clayton de Souza/Estadão conteúdo)
Enormes, de difícil acesso e com forte vigilância, algumas favelas de São Paulo tornaram-se fortalezas do Primeiro Comando da Capital (PCC). A facção confia tanto em seu esquema de segurança que chegou a abrigar fugitivos do Complexo do Alemão em Heliópolis, na zona sul. O "favor" feito ao Comando Vermelho (CV) acontece desde novembro de 2010, quando forças de segurança tomaram o Alemão, na zona norte do Rio, onde hoje há quatro Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
A polícia paulista investiga se os criminosos do Rio continuam escondidos na favela, que tem 16.000 casas e 41.000 moradores. A acolhida foi um pagamento de dívida. Segundo policiais, o CV já havia dado proteção no Rio a integrantes fugitivos do PCC. Além disso, a facção paulista fornece drogas ao Comando Vermelho.
Em Heliópolis, a polícia desconfia que os fugitivos do Alemão tenham entrado em ação e trabalhado na venda de drogas, sobretudo cocaína. Além de atuarem na capital, bandidos do Rio receberam abrigo na Baixada Santista, onde também atuaram no tráfico. Em janeiro, os traficantes do Comando Vermelho Fabiano Atanázio da Silva, o FB, e Luis Cláudio Serrat Correa, o Claudinho CL, foram presos em Campos do Jordão. Eles comandavam o Alemão.
Hoje, quem manda em Heliópolis, segundo policiais da região, é Marcos Paulo Vidal de Castro, de 38 anos, o Banana. Preso por tráfico, entre outros crimes, ele cumpre pena na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde está Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Banana, porém, continua controlando cada viela da favela. Esse domínio garantiu o refúgio seguro a homens do CV. A Secretaria de Segurança do Rio, no entanto, informa que desconhece que criminosos do Alemão tenham se abrigado em São Paulo.
Com celulares, bandidos avisam Banana sobre a movimentação da polícia. Na noite da última quarta-feira, dois PMs de folga foram mortos em Heliópolis. Isso pode fazer da favela mais um dos alvos da Operação Saturação, já deflagrada em Paraisópolis, no Capão Redondo e no Campo Limpo.
Polícia — A soldado Marta Umbelina da Silva, do 18º BPM, foi baleada pelas costas e morreu na Rua Dr. Roberto Zwicker, onde morava, na noite deste sábado, na Vila Brasilândia, zona norte da capital. A PM estava com a filha e não vestia farda. Com esse crime, sobe a 90 o número de PMs assassinados em São Paulo. Antes, também na zona norte, um policial havia sido ferido em tentativa de roubo.
(Com Estadão Conteúdo)
Veja.com
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