Moradores do Quilombo Rio dos Macacos, localizado em um trecho onde fica a Base Naval de Aratu, viveram, na manhã deste domingo, 4, momentos de tensão quando policiais militares e efetivos da Marinha fizeram um cerco à comunidade.
Neste domingo, venceu o prazo dado pela Justiça para a reintegração de posse em favor da Marinha. Mas, em audiência pública realizada no último dia 27, com a presença de representantes do governo federal, ficou acertado que a reintegração ficaria suspensa por cinco meses. A Marinha não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta edição.
Os cinco meses de prazo serão usados para finalizar o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação realizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O objetivo do estudo é identificar detalhes sobre a propriedade da área e há quanto tempo os quilombolas estão no local.
Condomínio - A Marinha entrou na Justiça porque pretende expandir um condomínio para os seus oficiais no território, que fica na região limítrofe entre Salvador e Simões Filho.
Denúncia - Em janeiro, os integrantes da comunidade aproveitaram a presença da presidente Dilma Rousseff na Bahia para denunciar a pressão que a Marinha estaria fazendo para que eles deixassem a área, localizada dentro da Vila Militar.
Na ocasião, um grupo de 50 quilombolas realizou manifestação na área do pier marítimo de São Thomé de Paripe, com faixas reivindicando à presidente uma "solução" para o conflito de terras que, segundo eles, ocorre desde a década de 70, quando foi criada a Base Naval de Aratu.
De acordo com os moradores da área, as famílias estão no local desde a época da abolição da escravatura, há mais de 100 anos.
*Colaborou Euzeni Daltro
A tarde
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