sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Onda de violência em São Paulo deixa mais dois policiais mortos

São Paulo, 1 nov (EFE).- Dois policiais foram assassinados a tiros na noite de quarta-feira em uma favela de São Paulo, no momento em que as autoridades da cidade enfrentam uma onda de criminalidade que deixou pelo menos 73 mortos nos últimos dez dias.


Os agentes estavam à paisana e foram baleados na favela de Heliópolis, segundo um boletim da Polícia Militar. Os dois novos homicídios elevam para 88 o número de policiais assassinados neste ano em São Paulo.
O cabo Aílton Borges dos Santos e o policial Antonio Paulo da Rocha atravessavam a favela em duas motos quando foram baleados pouco antes da meia-noite
Os responsáveis pelos disparos roubaram uma das motocicletas, assim como as armas e os documentos dos policiais.
A direção da Polícia Militar disse desconhecer o que os agentes assassinados faziam no local na noite de quarta-feira, em meio a uma onda de criminalidade que algumas ONGs atribuem a uma "guerra" entre policiais e a principal organização criminosa da capital paulista.

Tais versões foram reforçadas nos últimos dias pelo aumento da criminalidade contra agentes. Além disso, a polícia encontrou uma lista com nomes de agentes cujas mortes, supostamente, foram encomendadas pela organização criminosa. Segundo a dita lista, a organização ordenou a morte de dois policias por cada membro assassinado de seu grupo.
A lista foi encontrada em uma mala que estava com um menor em uma das três favelas ocupadas pela Polícia Militar na quarta-feira.
Em meio à série de ataques em São Paulo nos últimos dias, pelo menos oito pessoas morreram na noite de quarta-feira em diferentes municípios da região metropolitana da cidade, entre elas os dois policiais.
O governo de São Paulo atribui a onda de assassinatos a uma reação das organizações criminosas. Em meio aos ataques, o governo federal admitiu que alertou as autoridades paulistas sobre o possível agravamento da violência.
Em princípio, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu em declarações a jornalistas que as autoridades de São Paulo rejeitaram a ajuda oferecida pela Polícia Federal para combater o crime depois que agências de inteligência advertiram sobre planos de grupos criminosos para aumentar seus ataques.
Depois da divergência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aceitou o oferecimento de ajuda para combater o crime por parte da presidente Dilma Rousseff, que segundo a "Agência Brasil" conversou por telefone com ele.
Os mecanismos de ajuda por parte do Governo federal serão definidos na próxima semana em reunião entre Alckmin, as forças policiais e Cardozo. EFE

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