São Paulo, 1 nov (EFE).- Dois policiais foram assassinados a tiros na
noite de quarta-feira em uma favela de São Paulo, no momento em que as
autoridades da cidade enfrentam uma onda de criminalidade que deixou
pelo menos 73 mortos nos últimos dez dias.
Os
agentes estavam à paisana e foram baleados na favela de Heliópolis,
segundo um boletim da Polícia Militar. Os dois novos homicídios elevam
para 88 o número de policiais assassinados neste ano em São Paulo.
O cabo Aílton Borges dos Santos e o policial Antonio Paulo da Rocha
atravessavam a favela em duas motos quando foram baleados pouco antes da
meia-noite
Os responsáveis pelos disparos roubaram uma das motocicletas, assim como as armas e os documentos dos policiais.
A direção da Polícia Militar disse desconhecer o que os agentes
assassinados faziam no local na noite de quarta-feira, em meio a uma
onda de criminalidade que algumas ONGs atribuem a uma "guerra" entre
policiais e a principal organização criminosa da capital paulista.
Tais versões foram reforçadas nos últimos dias pelo aumento da
criminalidade contra agentes. Além disso, a polícia encontrou uma lista
com nomes de agentes cujas mortes, supostamente, foram encomendadas pela
organização criminosa. Segundo a dita lista, a organização ordenou a
morte de dois policias por cada membro assassinado de seu grupo.
A lista foi encontrada em uma mala que estava com um menor em uma das
três favelas ocupadas pela Polícia Militar na quarta-feira.
Em meio à série de ataques em São Paulo nos últimos dias, pelo menos
oito pessoas morreram na noite de quarta-feira em diferentes municípios
da região metropolitana da cidade, entre elas os dois policiais.
O governo de São Paulo atribui a onda de assassinatos a uma reação
das organizações criminosas. Em meio aos ataques, o governo federal
admitiu que alertou as autoridades paulistas sobre o possível
agravamento da violência.
Em princípio, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu em
declarações a jornalistas que as autoridades de São Paulo rejeitaram a
ajuda oferecida pela Polícia Federal para combater o crime depois que
agências de inteligência advertiram sobre planos de grupos criminosos
para aumentar seus ataques.
Depois da divergência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,
aceitou o oferecimento de ajuda para combater o crime por parte da
presidente Dilma Rousseff, que segundo a "Agência Brasil" conversou por
telefone com ele.
Os mecanismos de ajuda por parte do Governo federal serão definidos
na próxima semana em reunião entre Alckmin, as forças policiais e
Cardozo. EFE
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