As instituições sérias desse país já começam a se manifestar, já estava na hora, Primeiro a Ministra Eliana Calmon do CNJ que disparou contra a Justiça Baiana, agora a OAB Nacional questionando o cerceamento de defesa dos policias e bombeiros e o que é pior, apontando para a possibilidade que a crise na segurança pública se agrave com uma greve nacional. Aos poucos vamos voltando a acreditar que vivemos em um Estado Democrático de Direito. Compartilhe essa matéria (grifo nosso)
Brasília, 20/03/2012 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados  do Brasil, Ophir Cavalcante, afirmou hoje (20) após receber uma comissão  de parlamentares e representantes de policiais e bombeiros, que a crise  nessas forças, em função da baixa remuneração e das más condições de  trabalho, está longe de ser solucionada no País, o que só acontecerá com  uma política nacional de Segurança Pública coordenada envolvendo União e  Estados. "Ela (a crise)  pode voltar a eclodir a qualquer momento, pois  a situação hoje, como se apresenta, é como uma tampa de plástico numa  panela de pressão", alertou ele durante entrevista.
Ophir  Cavalcante afirmou também que "preocupa muito à OAB" casos de  ilegalidades denunciados pelos visitantes, que estariam sendo cometidos  nas apurações sobre os recentes movimentos de policiais e bombeiros,  como os da Bahia e Rio de Janeiro."A Ordem exige que essas apurações  sejam feitas dentro do princípio da legalidade, sob pena de macularem a  própria lógica do Estado democrático de Direito", cobrou o presidente  nacional da OAB, destacando que há denúncias de que advogados não estão  tendo acesso aos processos e de que Defensorias Públicas estão alegando  falta de condições para defender os acusados - quando estão obrigadas  por lei a fazê-lo se eles não têm como pagar advogado.
Participaram  da reunião com Ophir Cavalcante, na Presidência do Conselho Federal da  OAB, os deputados federais  do PSOL Ivan Valente (SP), Chico Alencar  (RJ) e Jean Wyllys (RJ); a deputada estadual do PSOL do Rio de Janeiro,  Janira Rocha; o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara  dos Deputados, Mendonça Prado (DEM-SE), e o sargento Walace, do Corpo de  Bombeiros-RJ. Também o diretor tesoureiro do Conselho Federal da OAB,  Miguel Cançado, participou do encontro.
Seguem as declarações do presidente nacional da OAB,durante entrevista, após a reunião com parlamentares:
"A  Ordem dos Advogados do Brasil, após essa visita, mantém o seu estado de  vigilância e de alerta a respeito dessa questão. A cries nas polícias  militares em corpos de bombeiros, em função da baixa remuneração de seus  integrantes, não está resolvida ou solucionada no Brasil. Ela pode  voltar a eclodir, a qualquer momento, pois a situação hoje, como se  apresenta, é como uma tampa de plástico numa panela de pressão. Esse  sentimento de descontentamento pelas condições de trabalho e condições  remuneratórias pode levar a outras  crises, em diversos estados da  Federação. É necessário que os governos comecem a pensar nessa questão  de uma forma maior e não de uma forma superficial como pensada hoje. A  cada crise, busca-se solucioná-la com paliativos ou mesmo com a  criminalização dos movimentos sociais daqueles que defendem melhores  condições de trabalho e de remuneração dos policiais e bombeiros do  País. Portanto, é necessário que a União e os Estados se unam em torno  de uma solução que passa, certamente, por uma coordenação nacional dessa  situação e por uma solução que envolva a Segurança Pública como uma  política de Estado em todo o País - e nisto está incluída a questão  remuneratória.
Preocupa muito também à OAB as ilegalidades que  vem sendo cometidas nas apurações sobre envolvimento de militares e  bombeiros nesses movimentos. Tivemos noticiais  de que os advogados, em  muitos Estados, não estão tendo acesso aos autos para poder defender  seus clientes, além de outros obstáculos. A Defensoria Pública do Rio de  Janeiro, por exemplo, declarou que não tem condições de defender os  policiais militares, quando é obrigação do Estado proceder à defesa de  quem não tem condições de pagar advogado. Preocupa à OAB todas essas  denúncias referindo a casos que não observam o devido processo legal.  Até para os militares, há uma legislação. Em que pese haver uma  legislação específica para os militares muito mais dura do aquela em  relação aos civis, mas o fato é que há todo um procedimento que tem que  ser obedecido. Mas a denúncias que nos chegam é de que tais  procedimentos não estão sendo observados. Por isso, a Ordem exige que  essas apurações sejam feitas dentro do princípio da legalidade, sob pena  de macularem sob pena de macularem a própria lógica do Estado  democrático de Direito".
www.oab.og.br 

 
 
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