sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Oficiais da PM são flagrados em grampos negociando com subordinados liberação do trabalho mediante pagamento


Paolla Serraj
Vinte policiais do 18º BPM (Jacarepaguá) foram investigados pela própria corporação por participação num esquema de liberação do serviço mediante pagamento. A negociação envolvia oficiais e praças da unidade, e foi apurada numa sindicância da Polícia Militar. A conclusão é que há indícios de participação de sete dos PMs em crimes militares.
A irregularidade foi descoberta durante as investigações da Operação Herdeiros, realizada em dezembro de 2011 pela Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A ação prendeu 11 PMs e dois policiais civis, que revendiam armas e drogas a traficantes. Embora não fossem o foco da investigação, entre abril e junho de 2011 policiais do 18° BPM foram flagrados nas escutas telefônicas da Draco.
Durante as conversas, os policiais falam sobre as escalas de serviço e das negociações para troca de plantões. Num dos diálogos, por volta das 21h25m de 20 de maio, o ex-cabo Marcelo Barbosa Moreira (já expulso da corporação) fala com o sargento Marcio Gomes Landeiro, após ser liberado do serviço.
A escuta flagrou Marcelo afirmando que sempre ia embora do trabalho e não tinha bancado nenhum serviço, pois não gostava de pagar e assumir outras escalas. Marcelo comenta ainda que os valores pagos para a liberação da escala eram de R$ 50 para o oficial e R$ 20 para o quarteleiro, o sargento Marcelo Basílio de Moraes. No domingo, ser liberado do serviço de 24 horas saía por R$ 100, segundo o policial.
Em um momento da conversa, Marcelo ainda critica os colegas que querem pagar pouco. Ele ainda critica um sargento por querer pagar apenas R$ 20 ou R$ 30.
A sindicância concluiu que os capitães Fabio Cardoso Pacheco e Leonardo Oliveira Tognoc, o tenente Pedro Ribeiro Fernandes Cândido e o sargento Marcelo Basílio de Moraes cobravam para liberar PMs. Já os sargentos Marcio Gomes Landeiro, o ex-sargento André Luiz Menezes dos Santos e ex-cabo Marcelo Barbosa Moreira pagavam pelo benefício, segundo a investigação.

Extra.

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